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Quando pensamos na criação de novos produtos e no surgimento de negócios, é muito importante saber o que é MVP, sigla que se refere ao Mínimo Produto Viável.
Utilizado por muitas empresas iniciantes, como startups, o mvp funciona como um validador da ideia. Seu objetivo é evitar que aportes de dinheiro e tempo sejam feitos em uma solução com resultados ruins.
Essa metodologia pode ser extremamente valiosa para estruturar uma estratégia de negócio, pois é um espaço para aprendizados e um caminho para a construção de um futuro bem-sucedido para a empresa.
O que é mvp?
Traduzido do termo em inglês Minimum Viable Product, o mínimo produto viável nada mais é do que um protótipo de um novo produto ou serviço que será lançado, ou seja, uma versão mais simples daquilo que a empresa deseja vender.
Usado em muitos projetos digitais, o produto mínimo viável é uma versão teste de uma nova solução. Por ser uma primeira versão, é muito provável que ela apresente problemas e falhas, e não há nada de errado nisso. O MVP é usado justamente para validar e aprimorar ideias.
De certa forma, esse primeiro teste pode representar o conceito, a proposta e identidade de um novo produto ou serviço. Desenvolvido com o mínimo de esforços financeiros e publicitários, o mvp é um novo produto que oferece uma perspectiva para a empresa.
Além de proporcionar uma coleta de dados sobre os tópicos que podem ser aprimorados, esse produto também faz com que o negócio consiga entender o funcionamento do mercado.
Essa estratégia também permite que os/as empreendedores/as conquistem conhecimentos sobre as percepções e a receptividade do público em relação ao projeto. Os feedbacks gerados servem para que a empresa possa melhorar esse produto.
Logo, o mínimo produto viável possibilita que a empresa minimize o tempo de aperfeiçoamento do produto até a sua última versão. A função dessa metodologia é auxiliar na criação de uma solução valiosa e de qualidade para os consumidores.
O processo de validação do mínimo produto viável consiste em:
- Estabelecer qual é a proposta de valor;
- Fazer o teste com os clientes selecionados;
- Receber e estudar os feedbacks;
- Fazer as alterações necessárias para o lançamento.
Por que usar o MVP para validar uma ideia?
É normal ter ideias que possam gerar novos empreendimentos. Mas, infelizmente, na realidade, esses produtos e serviços desenvolvidos podem não levar ao sucesso almejado, mesmo com esforços de marketing e investimentos.
Segundo dados obtidos pela pesquisa Sobrevivência de Empresas, lançada em 2020 pelo Sebrae, a taxa de mortalidade no ramo de microempreendedores individuais, por exemplo, é de 29% em até cinco anos.
Para evitar que as empresas acabem desperdiçando dinheiro e tempo em palpites que não se sustentam, é necessário utilizar a metodologia do mvp para ter certeza de que a solução é interessante para o mercado.
Então, o mínimo produto viável pode ser entendido como uma forma de testar se o produto vai gerar lucro, também sendo uma estratégia para aprimorar a proposta inicial e conhecer o público consumidor.
A estratégia é essencial para que um produto seja formulado. Sendo assim, é comum que a versão inicial seja muito diferente do projeto final, que é desenvolvido com base nos feedbacks e percepções sobre o primeiro teste.
É importante que a versão final mantenha a proposta original da ideia. Então, mesmo que o produto tenha sua aparência visual alterada e novas funcionalidades integradas, ele deve ter sua finalidade original preservada.
Para que um teste de mínimo produto viável seja considerado efetivo, o projeto final precisa manter esses pontos e, por fim, entregar uma versão melhorada e de qualidade para os consumidores.
MVP x MLP
O conceito de mlp surgiu no artigo “How to Build a Minimum Loveable Product”, de Laurence McCahill. Quem já conhece o mvp, provavelmente também já ouviu falar desse outro conceito.
Em seu artigo, o escritor ressalta a necessidade de que os empreendedores desenvolvam produtos que as pessoas não só gostem, mas que possam amar.
Essa ideia está muito relacionada ao design que precisa ser pensado para que o produto tenha uma aparência atrativa ao público.
Dessa forma, o conceito de mvp evoluiu para se transformar em um mlp, validando agora uma ideia que os consumidores realmente amem. Essa estratégia se baseia no aumento da receita a partir da agregação de valor ao produto.
O mlp é capaz de adicionar mais qualidades, estéticas e funcionais, ao produto. Ou seja, ele desenvolve um protótipo que tenha características que encantem os consumidores e que possa obter resultados ainda melhores na hora do lançamento da solução.
Dicas para criar um MVP
Comece definindo uma ideia que tenha valor
A primeira dica consiste em focar em um dos pontos mais importantes do mvp: sua proposta e o valor central que ela possui.
O ideal é responder perguntas para ajustar essa proposta, fazendo com que a empresa consiga definir o que o consumidor precisa nesse produto e quais são os problemas que ele soluciona.
Além disso, também é necessário estabelecer como o público vai utilizar esse produto ou serviço. Outro ponto a ser ajustado na proposta é pensar por que ele é superior em relação aos produtos similares e concorrentes.
Responder essas dúvidas sobre o mínimo produto viável acaba permitindo que o teste seja mais realista e efetivo.
Escolha o público ideal para o teste
Outra recomendação para o desenvolvimento do mínimo produto viável é escolher o público certo. Ou seja, é necessário definir uma persona com as mesmas particularidades do público-alvo do produto.
A escolha do público para o teste é importante para não enviesar os resultados e criar um contexto mais realista, evitando que decisões errôneas sejam tomadas.
Faça a interpretação dos feedbacks
A interpretação dos dados é essencial para identificar quais melhorias aplicar no produto. Mas é preciso ter cuidado ao observar esses resultados, então não deixe de filtrar o que é considerado relevante ou não para a empresa.
A percepção dos consumidores é importante para avaliar se o produto pode ser lançado e quais as alterações que devem ser feitas. Além disso, também é crucial saber o que são os resultados bons e ruins e como eles podem ser medidos.
Estabeleça um tempo para o teste
A definição de um tempo para o teste é necessária para que ele obtenha os resultados desejados. Ao estabelecer um período muito curto, é possível que a empresa acabe não tendo as respostas necessárias. Enquanto um tempo longo demais pode acabar atrasando o lançamento do projeto final.
Faça as mudanças no produto
Após receber e interpretar os feedbacks, a empresa acaba conhecendo quais são os pontos a serem aprimorados. Portanto, uma dica é projetar todos os apontamentos que foram levantados pelo mvp.
Benefícios para a empresa e para a agilidade do trabalho
O primeiro benefício do mvp é a redução dos riscos no mercado, que estão associados a questões externas, como as transformações políticas, econômicas e de câmbio.
Assim, ao fazer um teste consolidado, a empresa consegue determinar quais as chances de sucesso do produto, evitar a instabilidade e minimizar os riscos, pois a empresa sabe quais são as condições do mercado antes de fazer grandes investimentos.
O mínimo produto viável também incentiva uma aproximação da empresa com seus clientes, tendo como foco principal a experiência do consumidor.
E, caso esse experimento seja positivo e leve satisfação ao potencial consumidor, é provável que esse público acabe se tornando parte da base de clientes fiéis da empresa.
Uma das vantagens do mínimo produto viável é a redução de custos de implementação. Normalmente, a criação de novos produtos exige que a empresa passe por muitas etapas.
Essa jornada acaba incluindo testes internos, pesquisas e avaliação de questões técnicas e testes com públicos específicos. Esses processos costumam ser caros e demorados.
O mvp tem como propósito pular essas etapas tradicionais para que o produto possa ser testado mais rapidamente.
A identificação de erros é mais uma das vantagens do mvp, uma vez que a empresa consegue solucionar esses problemas com mais rapidez e eficiência.
Essa característica do mínimo produto viável também permite que a empresa amplie o seu aprendizado e crie experiências melhores para os consumidores.
Exemplos de bons mvps
Uma das redes sociais mais famosas já foi um mvp. Criada por Mark Zuckerberg em 2004, a plataforma foi testada inicialmente apenas por um grupo de estudantes da Universidade de Harvard.
O seu desenvolvedor seguiu implementando as alterações durante todo o processo de validação da rede social, que hoje conta com muitas funcionalidades que não existiam em seu primeiro teste.
Uber
Considerado um dos aplicativos de mobilidade urbana mais famosos do mundo, o Uber teve sua versão mvp lançada em São Francisco, na Califórnia, em 2010. Nessa época, a plataforma tinha funcionalidades reduzidas.
Quando ele teve sua versão principal testada e aprovada, o aplicativo aumentou seus recursos, incluindo o serviço de delivery de comida e o sistema de acompanhamento de viagens.
Foursquare
Lançado em 2009, o Foursquare é mais um exemplo de plataforma que começou com recursos muito reduzidos.
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